Quando Comemos Malagueta…

Este post é dedicado ao meu marido e a todas as pessoas que, como ele, comem picante (BR-pimenta) com comida e não comida com picante (BR-pimenta). Até já a minha filha tem fascínio por experimentar e, às nossas escondidas, tenta fazê-lo.
O Leo defende sempre esse seu hábito com o fato de que faz bem. Este artigo prova a sua teoria. E aqui está ele.
Um beijinho.

O que acontece no corpo quando comemos malagueta e porque isso pode fazer bem à saúde.
Podem ter várias formas, cores e tamanhos, mas uma coisa têm em comum, como pode testemunhar quem já comeu uma malagueta verdadeira picante: a intensa sensação de ardor. E apesar de ser frequente acreditar que a “culpa” é das sementes, a parte mais picante encontra-se, na realidade, na camada branca esponjosa no interior e deve-se a um químico, a capsaicina.

Quando comemos uma malagueta, a capsaicina é libertada para a saliva, unindo-se aos recetores TRPV1 que se encontram na boca e na língua e que têm a função de detetar a sensação de queimadura. Como a molécula da capsaicina encaixa perfeitamente nesses recetores, o sinal que chega ao cérebro leva-o a acreditar que a boca está, literalmente, a arder.

Do ponto de vista da evolução, é mais vantajoso para a planta ter as suas sementes dispersas, através das aves, do que ser comida, pelo que a razão inicial para a produção da capsaicina era manter afastados os mamíferos. Os pássaros não têm os recetores TRPV1, diga-se.

O “plano” funcionou… até aparecer o Homem, que aprendeu a gostar dessa sensação de ardor.

Mas o que acontece quando comemos uma malagueta verdeiramente picante? Como parte, do programa The Secrets of Your Food da BBC2, o jornalista e apresentador Michael Mosley e o botânico James Wong envolveram-se num concurso de comer malaguetas. Mosley conta que, minutos depois da primeira, começou a ficar com lágrimas nos olhos, a pulsação subiu e as pupilas ficaram dilatadas.

Os dois “concorrentes” desistiram relativamente cedo, mas Mosley explica que se tivessem chegado à parte das malaguetas mais picantes, provavelmente, teriam tido um pico de endorfinas, opiácios naturais que induzem uma sensação de felicidade.

Um estudo recente, levado a cabo por investigadores da Universidade de Vermont, analisou dados de mais de 16 mil americanos, correspondentes a inquéritos alimentares preenchidos ao longo de uma média de quase 19 anos. Durante esse período, perto de 5 mil morreram. Os investigadores concluiram que os que ingeriam mais malaguetas picantes tinham 13% menos probabilidade de morrer do que os que não incluiam este alimento na sua dieta, o que corrobora outro estudo, realizado antes na China.

Os responsáveis pelo estudo especulam que a capsaicina seja responsável por aumentar o fluxo sanguíneo ou até mesmo alterar positivamente as bactérias existentes nos intestinos.”
(in Revista Visão)

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