Escolho os meus amigos pela pupila

4Ever3:OscarWilde
“Escolho os meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
Não me interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero o meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias, e aguentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco!
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças, e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho os meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também a sua maior alegria!
Um amigo que não ri connosco, não sabe sofrer connosco.
Os meus amigos são todos assim: metade loucura, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade a sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância, metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento na cara; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem sou. Pois vendo-os loucos e santos, divertidos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a “normalidade” é uma ilusão imbecil e estéril.”
Oscar Wilde

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