Viva as diferenças

Desde que nascemos, um monte de expectativas foram colocadas em cima de nós! Se for menina, vai gostar de cor de rosa e brincar de boneca. Se for menino só vai usar azul, brincar com carrinho e ser um excelente médico engenheiro ou advogado!
Daí a menina tem que cuidar da casa. Tem que lavar, passar e cozinhar. E bem. Logo depois vai casar e ter filhos. 2: o Bernardo e a Sofia. E vai ser feliz, linda. Vai todas as semanas no cabeleireiro, andar feito uma boneca. Vai torcer para o São Paulo, vai ser de direita. O rapaz vai jogar futebol na escola, vai ganhar o primeiro carro com 18 anos, vai entrar na faculdade e depois no melhor emprego disponível. Etc, etc, etc!

Que bom que nós já nascemos em uma época que não se encaixar exatamente no padrão já é aceito. Com reservas, mas aceito. De preferência que não sejam os meus filhos. Nos filhos dos outros até que é bonitinho…

Eu fugi de muitos desses padrões e expectativas da sociedade em cima de mim. Ainda bem que tenho os pais que tenho e que eles nunca colocaram essa pressão em cima de nós. Isso nos deu liberdade de sermos diferentes. E de ser aceitos e, assim, descobrir melhor quem nós somos.

Na sexta série eu era titular do time de futebol da minha sala. Do time dos meninos! A diretora chamou a minha mãe para conversar. Ainda bem que era pra dizer que ela achava muito legal. E que a minha mãe concordou.

Daí decidi praticar o Método DeRose e me apaixonei imediatamente. Pelos meus pais tudo bem. Fiz faculdade de engenharia. Uma coisa não muito de menina, mas lá em casa isso não era problema.

Desde sempre eu soube que não queria ter filhos. Queria ter cachorros! Eu me lembro de falar para meus pais que queria ter um canil, desde muito pequena, hehe.

A minha vó, de uma geração muito anterior, sempre me perguntava quando eu ia ter filhos. Mas só depois de casar, é claro! Como naquela época ainda não tinha meus valores muito bem definidos, a única solução que eu arranjei de não continuar me incomodando com isso foi dizer: Vó, eu não posso… Pronto, o assunto virou tabu. Não se falava mais sobre isso, coitada da Fernanda, ela não pode ter filhos! Não vamos mais tocar no assunto para não constrangê-la.

E quantas histórias assim cada um de nós tem, ou gostaria de ter, para se sentir único e, portanto, diferente da massa? Por exemplo: Sua família toda torce para o Flamengo, você é Vasco. Os pais são de direita, você de esquerda. Toda a família é de dentistas, você é publicitário. E assim por diante.

Essa variação, essa tolerância, é muito legal de ser vista e de ser vivida.

Eu, por sorte ou acaso, caí em uma profissão em que o ser diferente é normal. Nós não fumamos, não nos drogamos, não consumimos bebidas alcoólicas, não ingerimos carne. Que bom termos a liberdade de sermos diferentes em meio a tanta gente.
Porém, e esse é o objetivo deste post. Precisamos, mais do que os outros, tomar cuidado de não julgar os que sejam diferentes de nós. Se para nós é importante podermos ter outra opção, seja ela qual for, é mais importante ainda, dar essa liberdade ao contrário para os outros. Caso não o façamos, estamos correndo o risco da intolerância, mas ainda pior, pois sabemos o que é não ter essa liberdade.

Eu não tenho filhos e as minhas melhores amigas ou têm ou querem ter. E tudo bem. Nossas vidas são muito diferentes. E daí? Nós nos amamos desse jeito!

Meus pais sempre respeitaram, há 20 anos, o fato de eu ter escolhido não comer carnes. E isso foi bem antes de ser moda! Por isso mesmo, eu tenho a obrigação de aceitar o fato de eles comerem. Não comem muito, mas comem. E tudo bem.

Da mesma forma tenho excelentes amigos que bebem. E no contexto de vida deles isso faz sentido. E isso não compromete minimamente a nossa relação.
Dentro das diferenças está a riqueza das relações. O que importa é sermos felizes, vivermos de acordo com o que acreditamos, e respeitarmos o espaço dos outros. Não é?

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