Para mim viajar é sempre uma experiência encantada. O mundo diminui exponencialmente de tamanho quando viajamos por ele. Conseguimos perceber, ao vivo, muito mais semelhanças do que diferenças com outros países, outros povos, outras culturas. Tantas coisas em comum e as pessoas se apegam às diferenças e em nome delas conseguem criar guerras e conflitos intermináveis. Seja pela sua cultura, pela sua religião, pelo suposto poder ou pelo seu deus. Se conseguissem ver de fora, seria tudo tão mais parecido do que diferente e teríamos muito mais razões para amar do que para guerrear.
Imagina você que paramos para descansar e tomar um café em um café de hotel. O rapaz que estava nos atendendo, muito simpático, quando soube que a Vivi e o Rob moravam em NY disse: “Eu adoraria conhecer, mas ouvi dizer que o Brooklyn é super perigoso.” Você consegue acreditar nisso? E o que foi que disseram para nós de Istambul? Que era muito perigoso. Alguém deve leva uma vantagem muito grande manipulando nossas mentes com essas mentiras.
Não me interessa quem é, me interessa que, quando vamos ver ao vivo, vemos que nem tudo o que nos contam é verdade. Eu adorei Istambul. Uma cidade grande, como SP ou NY, cheia de cultura, cheia de pessoas de todo o mundo andando para lá e para cá. Não me senti em nenhum momento insegura, apesar de 3 dias depois ter ocorrido um atentado e 10 pessoas terem morrido, justamente no único local por onde passamos todos os dias.
Ok, pode me julgar a vontade: Eu odiei o Grand Bazaar. Achei confuso, barulhento, desorganizado e claustrofóbico. Mas é opinião pessoal e com certeza eu não sou maioria. Se fosse, não teriam 4 mil lojas ali dentro abertas e faturando.
Amei as mesquitas por onde passamos. Sultanahmet, a famosa Mesquita Azul, que continua ativa e a Haya Sophia, que virou um museu. Adorei ver que os animais estão lá dentro e não são enxotados, como seriam em muitos países. Adorei conhecer um pouco mais do modo de ser das pessoas dessa cultura. Gostava de ouvir, quando davam as horas, os chamados em toda a cidade avisando a população que estava na hora de uma das 5 orações diárias.
Adorei ver tantos gatos e cães nas ruas. Todos bem cuidados, bem alimentados, convivendo em harmonia com os seres humanos. Sem fugir de medo e nem ficar pedindo comida. Fiquei pensando o quanto essa harmonia não reflete a índole daquela gente. Talvez tenha diso o ponto que mais me encantou nessa cidade.
Fomos indicados pela anfitriã da casa que alugamos no AirBNB a ir comer no Mado, e lá fomos todos os dias tomar nosso café da manhã. Adorei o Salep, uma bebida que só existe no inverno e é feita de bulbo de orquídeas. Parece um mingauzinho de maizena, mas muito aromático. E, para comer, adoramos o menemem. A melhor descrição que encontrei foi: a omelete turca. Vou fazer um post com essa receita. Os baklavas de lá também eram imbatíveis.
A parte mais divertida foi o Hamami. Também recebemos uma indicação de ir a um hamami e escolhemos um que aceitasse homens e mulheres. Não vou indicar aqui porque apesar de ter sido uma experiência bastante interessante, ficamos na dúvida se no quesito higiene eles receberiam a nota máxima, hahaha. E, como só fomos a um lugar, não temos termos de comparação. Eu, sem dúvida nenhuma, iria de novo, talvez conhecer outro local, onde o chinelo não fosse aquele q nos ofereceram e a sala de descanso não fosse junto da recepção, hahaha.
Sem dúvida nenhuma, vale ainda a pena você visitar a Cisterna, que é maravilhosa e o Palácio Topkapi, e tomar um cafezinho no Café do Museu, olhando o Bósforo lá embaixo, com os golfinhos passeando por lá 😀