“Antes de morrer, quero…”

Quando li esta frase numa reportagem, fiquei horas e dias a pensar nela. E, incrivelmente, só depois fui ler a matéria inteira.
Não quero que faça o mesmo com este post. Gostaria que parasse um segundo agora, pensasse e completasse a frase com o que você quer.
Para mim foi um exercício tão interessante, porque nunca tinha pensado no assunto. Como não sou muito ambiciosa, foi fácil de responder.
Depois de responder à sua pergunta, agora faço-lhe outra. As coisas que você faz no seu dia-a-dia vão de encontro com a resposta que você deu?
Mas voltando ao post.
O que me motivou a escrevê-lo foi uma reportagem que li no Observador, que apresentava o projeto “Antes de morrer, quero…”, e que lhe transcrevo em parte.

4Ever3:idosos

“Alfredo nunca pensou que fosse possível andar de avião. “Lá de cima vi a Serra do Caramulo. Nem estava a acreditar. Perguntei ao piloto: ‘então mas a quantos quilómetros é que isto está a andar? E eram muitos — 1068 quilómetros. Foi incrível, nem consigo ter palavras para explicar o quanto gostei de voar”. Apesar da velocidade e da altura, não teve medo. A única coisa que sentiu enquanto conversava com o piloto foi “felicidade e muita surpresa”.
O desejo de Alfredo foi um dos oito que já foram realizados pelo Centro Comunitário da Gafanha do Carmo, em Aveiro, que realiza sonhos com muita idade, sonhos que têm vindo a comandar a vida de 24 idosos.
O projeto chama-se “Antes de morrer, quero…” e é inspirado numa iniciativa que nasceu em Nova Orleães, “Before I Die”, onde a artista e bolseira da TED Candy Chang, fez de uma casa abandonada um gigante quadro preto para que os vizinhos completassem, com giz, a frase: “Antes de morrer, quero…”. As respostas foram surpreendentes. Depois de o projeto ser dado a conhecer, diferentes cidades espalhadas pelo mundo seguiram o mesmo desafio.
Foi a partir dele que um grupo de cinco profissionais — uma gerontóloga, um animador sociocultural, uma assistente social, uma enfermeira e uma administrativa –, partiu para explorar emoções, estreitar relações e fomentar a reflexão interna sobre o muito que ainda há para fazer, junto de um grupo de idosos com idades entre os 65 e os 95 anos.
Pelo ambiente familiar que o Centro promove, responder à questão “o que querem fazer antes de morrer?” não foi difícil. Em poucos minutos, 27 sonhos foram conhecidos. Numa questão de dias, foram também partilhados na página de Facebook. A partir desse momento, milhares de contactos chegaram ao Centro — de pessoas, empresas e instituições –, com o objetivo de ajudar a realizar os diferentes sonhos.
Até agora, oito já foram concretizados: o senhor Alfredo e a Vitória foram voar, a Fidalga cantou para uma multidão no Theatro Circo, a Palmira voltou à Figueira da Foz, o José conduziu, o Manuel entrou num navio, a Palmira da Graça foi comer tripas de vinha d’alhos e a Alice encheu de abraços o Marco Paulo.
Apesar de não ser possível realizar alguns dos desejos — ou porque não são concretos ou por razões relacionadas com a saúde –, a iniciativa está a deixar todos os participantes entusiasmados.
A ideia está também a sensibilizar outros lares, que ligam com frequência para o Centro Comunitário da Gafanha para esclarecer pormenores sobre este assunto ou pedir conselhos para o desenvolvimento de outras atividades.
É com esta motivação que o lar continuará a tentar realizar outros desejos, assim como vai continuar a motivar todos os que seguem o dia-a-dia do Centro Comunitário da Gafanha do Carmo.”

Espero que tenha gostado tanto quanto eu deste projeto.
Deixo-lhe em baixo um vídeo super original que os idosos fizeram.
Beijinhossss.

3 Comments

  1. Fe, emocionante! Obrigado do fundo do meu coração pelo seus posts. Te amo! Beijos, saudades.

  2. Antes de morrer… quero ser um ser humano melhor, para mim e para o próximo. E reparar as ações menos boas que cometi.

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