Quando comentei pela primeira vez com amigos que não são do meio artístico sobre como havia um preconceito enorme quando um homem cantava músicas de mulher, as pessoas não conseguiam entender o porquê e achavam que eu estava sendo exagerado. O que acontece é que quando você é interprete de músicas, ou seja, cantores que cantam músicas de outros compositores/cantores, você acaba escolhendo músicas com o estilo, ou a letra, ou a mensagem com que você se identifica. No meu caso eu passei a vida inteira ouvindo mulheres, geralmente cantoras de jazz, R&B e soul pop, e é isso o que tenho de referência para cantar. Obviamente que gosto de alguns cantores homens, mas o meu ímpeto é cantar músicas das minhas divas.
O que geralmente acontecia era que em apresentações das escolas de música, no fim do ano, pegava “meio” mal ser visto cantando músicas de mulheres. Mais tarde isso se fortaleceu no meio artístico em geral. E acabei percebendo que quem tem preconceito, em geral, não é o público que ouve ou assiste, mas os produtores e preparadores. Eles têm a necessidade de te encaixar em algum arquétipo do que é masculino ou viril. Novamente não permitindo que homens sejam sensíveis.
Aí aconteceu este episódio no programa de calouros do link que coloco abaixo com um infeliz comentário de um grande produtor do Brasil, dizendo que gostaria de voltar a ouvir homens cantando música de homem, rap, masculino, viril… Afinal, quero saber, homens têm que sempre ser ogros e não podem ser sensíveis? Qual o problema de um homem demonstrar características geralmente atreladas ao que é feminino em nossa sociedade? Vamos permitir que mais homens possam chorar tranquilamente?!!!
O que acha disso? Quero saber sua opinião! Um beijo grande.
Comentário de Bonadio sobre ‘música de meninos’ gera polêmica
Ah, acho que vai gostar desta matéria aqui também!