3 Visões

Pontos de vista 4ever3Como você já sabe, os 3 somos fanáticos por séries de televisão. Vemos mais ou menos as mesmas, mas há uma em particular que só a Mariana vê, chama-se The Affair, e que é o pretexto deste post.
Long story short, a sensação que dá quando você assiste aos episódios é a de você é exposto à mesma situação, só que sob o ponto de vista de cada uma das personagens intervenientes. E isso fascinou-nos, porque são os mesmos acontecimentos, dá para perceber isso claramente, só que como mostra, à vez, a visão de cada personagem sobre esses acontecimentos, encontram-se muitos detalhes que não coincidem e ênfase em coisas completamente diferentes. (se quiser entender melhor, clique aqui para ver o trailer)
E o que nos fascinou nisso é que a vida é assim mesmo. Cada pessoa, cada verdade sobre uma mesma situação. Mesmo em pessoas que vivem juntas, que têm os mesmos valores e visão de mundo. Como é que é possível que nos entendamos assim?
Seguindo essa lógica, decidimos os 3 fazer uma experiência. Assistirmos por separado a um mesmo vídeo e depois escrevermos a nossa opinião e visão sobre esse vídeo. O objetivo é ver como, pessoas tão parecidas em valores, visão de mundo e forma de estar na vida como nós somos, podem ter uma perspectiva tão diferente.
Este é o vídeo.
Ah e já agora, sugerimos que o assista antes de ler o que escrevemos, assim você entra na brincadeira conosco e faz o mesmo exercício que nós fizemos.

Então vamos lá à review de cada um de nós.

Fernanda
“Eu amei esse vídeo, porque ele vai muito de acordo com várias coisas que eu penso. E essa é a forma mais simples de amar né? Quando o outro fala, pensa ou sente como nós.
A primeira coisa que me chamou muito a atenção: O ser humano tende a sempre ir cuidar do sintoma e não da causa, nele e nos demais seres. Falta pensarmos porque estamos sentindo ansiedade, depressão ou qualquer sensação que não seja positiva para nós. É mais “fácil” dar um antidepressivo, um ansiolítico ou um remédio que trate o sintoma. Fazemos isso conosco e com nossos pets. E assim entramos em um ciclo vicioso bastante complexo. Não seria melhor procurarmos trabalhar nas causas do que nos sintomas? Esses sintomas para mim mostram que não estamos vivendo como deveríamos, respeitando os nossos valores e ouvindo o nosso corpo.
Segunda coisa que me chamou a atenção: Você já percebeu que nós temos a mania de nos acharmos melhores do que os outros? Antigamente fazíamos isso com os próprios seres humanos. Na verdade ainda fazemos, mas isso está caindo cada vez mais em desuso. Lembram-se que no período da escravidão os negros não eram vistos como seres humanos? E quando as mulheres não podiam votar ou estudar? Daqui a um tempo vamos falar: Lembra quando os gays não podiam demonstrar afeto em público e tinham que lutar para poder se casar ou adotar filhos? Isso parecerá tão absurdo quanto parece a escravidão para nós hoje, ainda bem. Mas essa ainda não é a conclusão do assunto.
Nós nos sentimos superiores aos outros animais. Esses dias eu estava na praia com as minhas cachorras. Era um fim de tarde e a praia estava bastante vazia. Me senti à vontade para levá-las, dar um pouco de liberdade e deixá-las brincar, correr e tomar banho de mar. Mas um casal veio me dizer que isso era um absurdo. Que era proibido animal na praia. Eu me levantei e fui embora. Mas a minha indignação ficou. Eu sei que é proibido. Mas por que? As minhas cachorras tomam mais vermífugo do que 99,99% dos seres humanos. Se fizerem cocô eu obviamente vou recolher, o que não acontece com as fezes de muitos humanos na praia, elas não têm agressividade ou atacam pessoas ou outros animais e, se isso por acaso acontecesse, obviamente a responsabilidade seria minha, como se uma criança machucasse outra criança a responsabilidade seria dos pais. As pessoas sujam as praias, poluem, desrespeitam… Por que nós achamos que somos melhores do que os outros e que só nós temos direito de usar a praia?
E agora chego à minha segunda conclusão: Na minha opinião, somos muito mais parecidos com os animais do que gostaríamos de supor.”

Mariana:
“O que mais me marcou neste vídeo é algo em que penso constantemente. O como o ser humano se esquece que é um animal e que faz parte do processo da Natureza. E isto não é uma visão “paz e amor” que estou aqui a querer levantar, é porque acho que isso explica tanta coisa do comportamento das pessoas hoje em dia. Há tantas coisas que teríamos mais facilidade em entender se nos considerássemos parte de um todo que tem regras e ritmos próprios e não nos considerássemos um ser superior e àparte do meio em que está inserido. E nesse sentido, observar os nossos amigos animais é um processo de auto-conhecimento muito poderoso. Porque eles são instinto puro e o que buscam é viver de acordo com a sua natureza. Termino com a sensação de sempre, temos tanto a aprender com os animais!”

Rodrigo
“Eu, ao me mudar de casa, mudei também alguns dos meus hábitos. Um deles foi deixar de assistir à TV comum e só assistir a uma programação voluntária, aquela que eu escolho. Seja no Netflix, ou YouTube, ou até mesmo em canais alternativos para se assistir a séries de TV. De qualquer forma, uma paixão em crescimento exponencial tem sido deixar os vídeos do TED Talk ‘tocando’ enquanto faço meu home-office. Deste vídeo acima, em especial, eu não assisti nenhuma imagem, apenas ouvi. E o interessante foi que tudo que a especialista disse era como se ela estivesse descrevendo a nós, os humanos. Os únicos animais do planeta que se acham muito diferente dos outros. Tão diferentes que achamos que só nós podemos sentir, só nós podemos ter depressão, sentir amor, carinho, compaixão. Porém, são inúmeros os momentos em que nós podemos relatar, de experiências próprias até, quando vimos um pet agir como um humano e com emoções humanas. Mas essas emoções são humanas apenas? Podemos chamá-las de nossas, como se somente nós pudéssemos sentí-las? Somente nós temos a doença deste século, a depressão? Para todas as perguntas a resposta é não! Hoje cheguei em casa e saí pra dar uma volta com meu filho, na garagem do prédio. É evidente o quanto ele ficou EMPOLGADO, FELIZ, ANIMADO, EXCITADO, SERELEPE, DESCONFIADO em alguns momentos e até ensaiamos um pega-pega. Se eu não dissesse que meu filho é um gato siamês de 7 anos, eu poderia muito bem estar falando de um filho humano. Então, eu penso que o que nos diferencia destes animais é somente a arrogância de acharmos que somos melhores ou únicos em absolutamente tudo. Por favor, que fique claro que não sou um ‘hater’ dos humanos… sou apenas um LOVER dos animais. TODOS ELES!”

Conclusão:
Com esta brincadeira chegámos à conclusão que tivemos pontos de vista muito parecidos em relação ao tema mas com ênfase em aspectos diferentes. A Fê enfatizou a visão do relacionamento dela com os animais e filhos perante a sociedade, como não está igualitária. A Mariana focou no quanto podemos aprender e evoluir ao observar o mundo animal. E o Rod viu numa forma relativa aos sentimentos e que são iguais aos animais.

E você, qual foi a sua conclusão?
Beijos dos 3.

 

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